terça-feira, 29 de setembro de 2009

notas gastronômicas

- Saudade da poha do meu frango empanado (que eu tou proibida de fazer, assim como qualquer outra fritura. maldita falta de divisão entre a cozinha e a área de serviço).
- Comprei mangas no mercado. Me mata de desgosto ter que comprar mangas no mercado. Primeiro pq eu sempre chupei manga fresquinha, que acabou de sair do pé (ou que ainda tá lá, visto que as mangas ficam 20% mais gostosas se comidas encima da planta de origem) e segundo pq manga Tommy é um troço ruim pra caralho. Para mangas que não deram certo, use nomes de rangers malvados.
- Ainda não encontrei uma coxinha que prestasse, nem consegui uma explicação plausível pro preço absurdo e pra fama nacional das pizzas.
- Nunca vou entender a existência do arroz parbolizado.
- Tem feira de comida nessa cidade não? Isso explica porque as pessoas aqui desperdiçam seus fins de semana no shopping. Isso é coisa de quem cresceu sem o hábito de ir pra feira sábado comer pastel, empada, torta, espetinho de gato, tapioca e todas as outras maravilhas do fast food popular.

feels like home

tô adorando essa vibe de sol inclemente em são paulo.
sente esses 34 graus na testa, moçada.
só comprova minha teoria da meteorologia esquizofrênica.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

na madrugada, a vitrola rolando um blues

trocando de biquíni sem parar.
fim de semana livre e é aquela velha história de quem nunca comeu melado, quando come se lambuza (uma velha metáfora que explica o comportamento das meninas evangélicas do meu colégio, lá pra meados do início do segundo grau). eu, que passei boa parte dos sábados da minha vida aumentando minhas habilidades no freecell, aprendendo frases inúteis em línguas que ninguém fala e vendo maratona padrinhos mágicos e que agora trabalho sábado/domingo/feriado/dia santo/natal/ano novo, mergulhei num fim de semana frenééééétchico de balada nervosa non stop que fodeu meu relógio biológico.
e como quem acha que não se aprende nada na balada é dono de cursinho, aqui ficam as lições do fim de semana:
1) vergonha não tem limites. não existe fundo do poço quando se tem uma pá chamada vodka.
2) você só sabe o quanto vale um fim de semana, quando nunca mais vê a cor de um. me agride pensar que tem gente que passa o sabado e o domingo inteirinhos dormindo.
3) eu sinto saudade do globo rural. você não? domingo cedo tb passava Doug e Castelo Ra-Tim-Bum. dá vontade de ficar virada só pra aproveitar a programação matinal.
4) em uma cidade incrivelmente imensa e cheia de possibilidades, muita prefere ir fazer as mesmas coisas nos mesmos lugares. não que vc me veja variando muito.
5) passar vergonha não é totalmente inútil. a letra escarlate serve também para fazer com que os seguranças das baladas virem seus brothers e te deixem entrar sem pegar fila.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

rain down on me

Hoje, depois do round 1 do dilúvio (se eu chegar em goiânia falando que existem lugares no mundo onde chove em setembro, vai ficar todo mundo maravilhado), eu fiquei pensando (de novo, dessa vez baseada numa nova perspectiva) sobre o fato de são paulo, definitivamente, não ser uma cidade feita pra pedestres. Não adianta querer fazer as pessoas deixarem seus carros em casa e irem andando pros seus destinos por uma razão muito simples: não tem lugar pra se andar sem carro nessa cidade.
Eu já devo ter mencionado os semáforos que levam 2 eras glaciais pra abrir pro pedestre, ou os tios espertões do amarelo ainda dá, que sempre acabam parando no meio da faixa pq no amarelo nunca dá ou as ruas inatravessáveis em alguns pontos da cidade (sem faixa, sem semáforo, sem motoristas que dão seta, sem um fluxo de carros que pare por mais de 3 segundos...), mas tem um outro e significativo entrave na vida do pedestre paulistado: CADÊ AS CALÇADA SÁPORRA?
A rua da minha casa já tem uma calçada revoltantemente estreita. Em dias normais, alguns pontos da calçada são tomados por piscininhas, culpa dum mini-rio que SEMPRE corre aqui, que brota dum cano que sai de um prédio e only god knows daonde vem aquela água. Bom, tinha água vindo do céu non stop desde seiláquehora e a calçada da minha rua, que já não é grandes merda, virou uma amostra grátis do tietê (até lata boiando tinha). Tudo bem a calçada ser estreita e estar alagada, com isso eu consigo lidar. O que desgrama a minha vida é competir por espaço na calçada com engenheiro folgado. Quer construir um prédio? Vai lá, campeão. Nada contra, acho ótimo. Mas será que dava pra manter os caminhões, os pedreiros e os materiais da obra DENTRO DO FUCKING CANTEIRO DE OBRAS?
Sabe, eu não me sinto muito confortável tendo que andar de lado pra conseguir passar ENTRE dois caminhões com betoneiras gigantes FUNCIONANDO. Sempre dá a impressão de que aquele troço rodando vai se soltar e passar rolando encima da minha cabeça.
Mas eu ainda não quero um carro.
Aliás, nem dirigir eu sei.
E se eu continuar aqui, vou morrer sem saber.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

insira aqui uma lamúria

esse era originalmente um post comigo dizendo ok, talvez seja hora de voltar pra casa.
MEU CU.
editei mesmo.
foi só um lapso de viadagem.
voltemos à programação normal.

fatos, decepções e bancos de praça

Resolvi bancar a turista.
Depois de meses ignorando os roteiros default para forasteiros em São Paulo, resolvi que tudo bem ir ver a sé, a luz, o masp, sásporra toda.
No fim do roteiro, cheguei a meia dúzia de factos:

1 - Mercado Municipal : overated.
Minha maior decepção so far. Dá a impressão de ser um amontoado de lanchonetes e bancas de lingüiça (com trema, pq eu sou anarquista) dentro de uma feira com frutas muito caras. A experiência vale pelo prédio em si, que é um interessante-quase-bonito (meu tipo preferido de cara, inclusive. inscrições aqui), apesar de ser amarelo. E é só. Sem contar que não é no centro de São Paulo que vc vai poder ficar parado na calçada admirando a arquitetura local. Nem pequi de verdade o lugar tem. Vocês paulistanos me agridem tentando me vender PEQUI EM CONSERVA. Gente, sério. Pequi em conserva, NÃO.
Falando em coisas que me agridem, o que o mercado tem de legal por fora, tem de feio/praticamente opressor em volta. Me odeie pra sempre, mas eu estaria mentindo se descrevesse o que senti no caminho da estação são bento até o mercado (passando pela esquina da 25, côdilôco) sem usar a palavra ojeriza.
O que me leva ao segundo fato:

2 - Não há glamour nenhum no centro de São Paulo.
Alguma coisa acontece no meu coração. Acho que tô infartando.
Não importa quantos milhões de litros de suvinil se passe nas fachadas do centro: ele vai continuar sujo, abarrotado e cheirando mal. Feio não. Feio não é. Pelo menos não se você só olhar pra cima. Ok, tem uma certa feiúra... mas se certas feiúras não me agradassem, eu já teria feito plástica no nariz faz tempo.

3 - Mendigos paulistanos me dão sensação de deja vu
Ou pelo menos esse, que eu sempre vejo em santo fucking amaro, que tá sempre lendo apostilas velhas de informática. Juro pela zaga do Itumbiara que eu já vi esse sujeito em uns três pontos diferentes da cidade, todos eles bem longes de santo fucking amaro. Sempre sentado na calçada, sempre rodeado por pertences bem diferentes que os da aparição anterior (numa delas um cachorro horrendo, provavelmente o único cachorro horrendo do mundo) e sempre com a barba encardida. Na Rua da Cantareira (incrívelmente deserta pros padrões centrísticos) ele tava com um olhar especialmente perdido. Deu vontade de sentar e perguntar o que afligia, de onde veio e pra onde vai o grade oráculo do windows 95. É claro que eu, filha de militar criada em bairro residencial, não sentei pra falar com ele. E eu assumo que foi por medo do que ele tinha pra me dizer.

4 - Paulistano não gosta de gente
Não, eu não vou dizer pela enésima vez que as pessoas aqui precisam de modos e coisa e tal, até porque, eu ainda vou acabar apanhando por causa disso. O tema de hoje é a incrível aversão que o homo paulistanus tem ao homo sapiens. Experimente sentar do lado de uma pessoa num banco de praça (ok, aqui quase não tem praça. tente um parque com bancos, como o da Luz, por exemplo): Você verá toda a ordem mundial ser perturbada, como se sentar ali pra arejar as idéias fosse um direito pessoal e intransferível de quem chegou primeiro. Vale a pena sentar do lado das pessoas nos pontos de ônibus, só pra fotografar a sensacional cara de MAS QUE ABSURDO que elas costumam fazer. Até faz algum sentido, visto que aqui tem gente que enfia o carro no engarrafamento só pra poder ficar sozinho lá dentro (e ter uma desculpa pra reclamar de stress depois. ráááá, não me aguentei.)

5 - O acervo do Masp é realmente bom
O mesmo raramente pode ser dito sobre as exposições que costumam rolar por lá. Semana passada fui ver a de um chinês que tem uma fixação estranha por um tom bem específico de tinta vermelha e saí de lá me sentindo enganada pelo mundinho cult. Ninguém nunca vai me convencer de três coisas nessa vida: 1)química orgânica é fácil, 2)coca cola zero é igual à normal, 3)borrões vermelhos são arte.

6 - A quantidade de adolescentes nessa cidade é assustadora
Estourou um cano de teenagers nesse lugar. E eles são descolados demais pra mim. É muita coolzice pra uma menina da roça agüentar. Ok, eu não sou mais uma menina. Antes dos 25 eu me acostumo com a idéia. A tempo de parar de usar esmalte azul.