domingo, 11 de abril de 2010

Pancadaum nervozo as popozuda perde a linha

Aventura, adrenalina, emoção, terror, suspense e cheiro de figado cru.
Depois de uns dez meses de investidas semanais ferozes, resolvi finalmente topar sair com o pessoal do trabalho.
Obviamente, uma empreitada desse nível exige planejament... not. Esse é o tipo de coisa que você só faz sem pensar, principalmente se você levar em consideração o fato de que o lugar pra onde eu fui tinha polícia na porta antes mesmo de começarem os trabalhos da buatchi. E numas de "vamo lááááá, porra", "vamo", eu comecei aquela que foi a noite mais TENSA da minha vida. Aliás, se a vida fosse o twitter, #tenso seria a tag da vez.
Chegando na cohab, digo, na buatchi, minhas avantajadas narinas foram tomadas por um aroma muito familiar: ovo frito. Tudo bem cheirar a ovo, acho inovação fazer x-tudo na balada. Logo na entrada do estabelecimento, um dilema: a pista de funk/axé ou a pista de sertanejo/calypso? Optamos pelos ritmos mais sensuais e já na pista comecei a ter dificuldades de locomoção: a cada 0,3 metros eu precisava desviar de um "e aí, morena, vem cá que eu quero te conhecer". Aí veio o pessoal fazendo coreografia, o cara de 1,55m que entre uma mão no joelho e uma mão pracimaenbatepalmaqueeuquerover achava tempo pra olhar pra minha bunda sem muito pudor (eu realmente não sei porque, visto que a minha bunda era a unica que não tava balançando) e eu aposto que a minha cara de pânico devia tá muito melhor de ver que o meu traseiro imóvel.
Depois de três horas tentando chegar na outra pista, que tava um ambiente mais familiar, eu descobri que bandas de axé podem ser muito versáteis e que as pessoas podem ser muito feias. Feias mesmo. Feias de verdade. Feias de dar vontade de arrancar os olhos pra não ver. Feias de dar vontade de pagar um doutor roliúde. Tá, parei. Enfim, as pessoas eram muito feias e a pista de danças a dois não era um lugar com muita qualidade de vida, então voltamos à pista anterior e tava tocando funk proibidão se é que todo funk não se encaixa nessa categoria. Àquela altura do campeonato, a pista já tinha UM CHEIRO BEM FORTE DE FÍGADO CRU. Sabe, fígado, aquele que a sua mãe dizia pra você comer, pra evitar anemia? Bom, eu tive anemia das brabas e sempre estive abaixo que os pediatras consideravam saudável, o que quer dizer que cheiro de fígado eu conheço e aquela pista tinha o mesmo cheiro que o fígado que a minha mãe fazia, segundos antes dele ir pra frigideira. Todos os meus sentidos foram agredidos ali: além do olfato, do tato (esbarrar nas pessoas suadas não é o tipo de coisa que eu goste de fazer), do paladar (a única cerveja gelada era uma itaipava de seis reais) e da audição (pq, vejam bem, tava tocando funk proibidão nívelnãotrabalhamos), meus olhos foram castigados com uma avalanche de bundas subindo e descendo e quando eu achei que tudo bem, já era hora de enfiar um garfo nos olhos, eis que foi hora das mocinhas subirem no palco pra AMASSAR LATINHAS DANÇANDO FUNK. COM A BUNDA. Convenhamos que é uma modalidade de reciclagem bem peculiar, inaugurando a era do Baile Verde, o Funk ecológico, as cachorras amigas da natureza. Todo mundo indo até o chão e só eu lá, no meio, em pé, estática, com uma expressão de terror absoluto no rosto e temendo pela minha vida. Juro que não sei quanto tempo levou pra alguém ficar com pena de mim e decidir chamar todo mundo pra ir embora, sei que aquele foi Top 10 momentos mais felizes da vida.
Valeu pela experiência antropológica, eu acho.

3 comentários:

Aline disse...

kkkkkkkkkkkkkkk
amei!!
suuuuuuper me identifico!!

Chris disse...

avisei.

Juliana disse...

Nossa, ri mto!
Já tive uma esperiência dessas daí...numa quadra de escola de samba...identificação total com a parte do "gente feia, mto feia.."

Mto legal seu blog!